Nesse dia das crianças, fiquei imaginando como seria utilizar a criatividade da garotada para gerir um restaurante. E até que essa ideia não me pareceu tão absurda assim. Já pensou no tanto de esquisitices que nós fazemos como adultos e que as crianças até dão risadas? Então vamos reverter a situação, abrir a mente e tentar imaginar esse restaurante dos sonhos dos pequeninos. Afinal, como diria o pequeno príncipe, “só conheço uma liberdade e essa é a liberdade do pensamento”.
“Só conheço uma liberdade e essa é a liberdade do pensamento” - Antoine de Saint-Exupéry
Convido você como adulto a embarcar nessa experiência. Preparado? Então vamos lá! Você entra no restaurante e logo de cara se depara com uma amarelinha (saudades das amarelinhas) e duas recepcionistas em miniatura te dão as boas vindas dizendo que precisa pular a amarelinha para entrar no restaurante, não porque é regra, mas porque assim é mais divertido. Você estranha, que ideia absurda! Mas vai lá e faz, um pouco sem jeito e envergonhado. De recompensa, você ganha um pirulito. Há quanto tempo não experimenta um pirulito?
"É o espírito que conduz o mundo e não a inteligência"
Você é então levado até a sua mesa (de patinete, óbvio) e quando senta na cadeira é pego de surpresa com aqueles troços que fazem barulho (de pum) e os garçons todos caem na risada. Nesse momento, você como adulto, não está entendendo nada, mas como está com fome, permanece na jornada.
Duas pequenas garçonetes se aproximam e entregam um cardápio em tablet (o Goomer claro que está nessa, já que restaurante e pequeno príncipe é com ele mesmo). Mas o Goomer também entrou na brincadeira e funciona diferente nesse restaurante. Duas mini garçonetes de patins orientam para você desenhar seu pedido no tablet e que vão transformá-lo em realidade. Como é? Pensa você. Como você é um adulto meio travado, não sabe muito bem o que e como desenhar. Elas então pedem para te ajudar e fazem um rabisco de uma pizza toda colorida.
"O que achou da pizza, Senhor?". Você entusiasmado, com fome e sem saber mais no que acreditar, envia o pedido da pizza para a cozinha através do Goomer. Na cozinha o seu desenho é impresso e o pequeno grande chef (o pessoal gosta de chamá-lo de Ratatouille) pega o papel e compartilha com sua equipe. A equipe lá na cozinha já começa a preparar seu prato.
Enquanto isso, no salão, você começa a reparar em todo o ambiente. Repara que na sua mesa existe um delicioso brigadeiro. A pequena garçonete então te orienta a comê-lo antes da pizza, porque, segundo ela, deve-se comer os doces antes dos salgados. Legal! Você sempre achou que devia mesmo, mas os adultos não deixavam. Come o brigadeiro com a mão e com gosto; no restaurante não há talheres, mas você não precisava mesmo deles quando ia nas festinhas da infância, não é mesmo? Falando nisso, boas lembranças das festinhas de aniversário e dos brigadeiros roubados antes de cortar o bolo (alguns adultos ainda fazem isso, sabia?).
"O Amor é a única coisa que cresce à medida que se reparte"
Pego de surpresa nos seus próprios pensamentos, eis que surge o prato principal. Toquem as trombetas! Quatro pequeninos chegam trazendo sua pizza em um carrinho de supermercado. Dois empurram o carrinho, enquanto uma criança se diverte dentro dele com sua pizza cambaleante nas pequenas mãos e uma ao lado tocando um tecladinho de brinquedo. As crianças acreditam que fazer coisas junto com as outras, com uma pitada enorme de alegria, é mais eficiente que fazer tudo sozinho (bizarro né?).
Elas trazem uma pizza com 8 pedaços, cada pedaço de um sabor e cor diferente. Animadas se oferecem para comer junto com você; comer sozinho no pátio da escola é muito triste segundo elas. Você claro que aceita. De fato, você estava se sentindo sentado sozinho num dia de recreio da escola (o dia foi cansativo). Você então percebe, em meio a tanta maluquice, como comer pode ser algo especial e melhor ainda quando compartilhado com outras pessoas. E afinal, o restaurante surgiu para restaurar a vida das pessoas, não é mesmo?
Ao fim de tantas risadas você se despede satisfeito e feliz, e para lhe ajudar no seu caminho até a saída, segue uma trilha de balas de goma. Já fora do restaurante você olha para trás e percebe que o restaurante inteiro era feito de chocolate. Se quiser pode dar uma mordida, mas tome cuidado para não fazer um buraco no teto do banheiro, afinal há goteiras de baixo que podem ir para cima.
"Para enxergar claro, basta mudar a direção do olhar"
Texto diferente? Mas não lhe pareceu uma experiência agradável e revigorante? E, na verdade, existem sim crianças gerindo restaurantes. Existem pessoas com espírito jovem, com vontade de fazer diferente e criar experiências fantásticas.
É o caso por exemplo da nossa querida Fabiana, fundadora do Café com Gato, em Sorocaba, um dos nossos primeiros clientes. Ela sonhou e idealizou trabalhar com duas coisas que gosta: comida e gatos. E não é que o sonhou se tornou realidade? Hoje o Café com Gato recebe visitantes e fãs do Brasil inteiro. Existem vários outros restaurantes, cafés e bares que pensam dessa maneira e é essa a cutucada que queria dar com esse texto. Será que não podemos e devemos ousar mais, fazer diferente?
Claro que é necessário se preocupar com o lado financeiro, administrativo, contábil, mas também é extremamente importante criar experiências restauradoras para seus clientes. Então faço mais um convite, mas agora para embarcar nos seus próprios sonhos. O que você adicionaria nessa história toda? O que você adicionaria ao seu restaurante?
(O texto tem um caráter subjetivo. É uma brincadeira para o dia das crianças, e para alguns, pode se tornar verdade)
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